“A sociedade é muito capacitista”, diz paratleta

Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência é comemorado nesta segunda, 21

Um erro médico durante o parto mudou a vida de Bruna Gabriela Salvador, de 19 anos. A jovem, que é paratleta do Triathlon Mampituba e acadêmica de Psicologia, sempre precisou da cadeira de rodas e hoje luta pela inclusão e pelo fim do preconceito.  Para isso, fundou e preside a Associação de Pessoas com Deficiência e Amigos (APDA) e idealizou o Projeto Eu Existo, no Instagram, que tem como foco a luta em prol da acessibilidade, direito a inclusão social e equidade.

Bruna conta que a falta de acessibilidade é uma das maiores dificuldades que ela e outras pessoas com deficiência (PcD) enfrentam. “A sociedade é muito capacitista”, diz a paratleta e explica que capacitismo é opressão ou discriminação contra a pessoa com deficiência. “Vai de expressões como “coitadinho”, se impressionar com um PcD sendo bem-sucedido, até mesmo ao estacionar em vaga reservada. É necessária muita discussão e pontos de reflexão para mudarmos o cenário”, explica. Para Bruna, o primeiro passo para garantir os direitos das pessoas com deficiência é entender que eles não são privilégios. “É saber que se trata de equidade”, esclarece.

Pensado para dar visibilidade a esta causa, o Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência é comemorado nesta segunda-feira (21). “Além da importância de falarmos sobre a inclusão social, considero esta data uma forma de dar visibilidade para a causa, dar voz às pessoas que enfrentam injustiças e desigualdades na sociedade”, afirma.

No esporte

Desde pequena Bruna pratica atividades físicas. A dança fez parte de toda a infância. Já na adolescência jogava basquete por diversão, sendo a única cadeirante do time. “O ciclismo entrou em minha vida em 2017 e, através de alguns amigos que pedalavam comigo, conheci o meu atual treinador, Tiago Marcelino Gomes, que me convidou para treinar e representar a S.R. Mampituba na modalidade de Triathlon”, conta.

Para a atleta do paratriathlon, apesar de muitas coisas já terem mudado, o paratleta ainda tem pouca visibilidade. “No Brasil, país do futebol, toda atenção da mídia geralmente é voltada a isso. As paraolimpíadas são consideradas recentes, já que só ganharam força depois da Segunda Guerra Mundial”, pontua. Bruna acredita que a falta de visibilidade é a responsável pela falta de incentivo. “Precisamos de mais projetos que fomentem a busca de pessoas com deficiência para o esporte, com uma estrutura adequada e que seja acessível a todos”, conscientiza.

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