Tênis para cadeirantes deve ser nova modalidade praticada na S.R. Mampituba
Com dedicação e muita força de vontade, paratletas da região sul catarinense participaram de uma aula experimental de tênis na tarde desta quinta-feira, 7, na Sociedade Recreativa Mampituba. A ação foi desenvolvida pelo Clube em parceria com Associação Vida Ativa – entidade que presta suporte aos cadeirantes, a instituição de ensino Satc – onde os paratletas já praticam handebol, e a empresa UNQ Importação e Exportação – que facilitou o contato entre ambas as organizações. A modalidade deve ser implantada no Clube, sendo que o objetivo é manter aulas regulares do esporte, formando uma equipe de tenistas cadeirantes.
Segundo a representante do grupo Vida Ativa e mãe de dois atletas cadeirantes, Maria José Gregorino, a aula experimental e a possível prática do esporte no Mampituba representa uma grande realização. “Há tempos que tínhamos este projeto em mente, porém não contávamos com estrutura disponível e muito menos com treinador. Agora estamos dando um grande passo na concretização deste sonho”, sublinha. Conforme ela, o esporte tem o grande poder de mudar a vida das pessoas. “Para os portadores de necessidades especiais, é uma verdadeira revitalização”, destaca.
O presidente da Sociedade Recreativa Mampituba, Arcílio Fabris, revela a gratificação em poder contribuir e gerar novas oportunidades a pessoas com tanto empenho e interesse como os paratletas. “Este é o início de um grande projeto. Daremos todo o apoio necessário para que seja formada uma equipe de tênis para cadeirantes. Tenho certeza de que será um grande sucesso porque força de vontade eles têm de sobra”, ressalta.
Esporte que muda a vida
Um dos paratletas que participou da aula experimental de tênis, Maicon Kanareki, destaca o entusiasmo com a nova modalidade. “Se der certo o projeto, vou me dedicar, treinar e participar dos campeonatos”, disse. Kanareki, que já pratica handebol, afirma que o esporte mudou a própria vida. “Sou cadeirante há dez anos e por mais de sete anos eu fiquei só em casa. Depois que entrei para o handebol, a minha vida mudou: eu treino, viajo para jogar e voltei a sair para as festas”, afirma.
O professor Rodrigo Canuto, que fez um curso de tênis para cadeirantes, explica que no esporte existem algumas diferenças. “O tamanho da quadra é reduzido e a velocidade da bolinha é menor – em torno de 25% mais lenta que a normal. Na regra do jogo, por sua vez, o que muda é que a bolinha pode dar dois quiques”, justifica. Segundo ele, são grandes as expectativas com a nova modalidade. “O esporte, por si só, já é uma inclusão social. Para os cadeirantes então é uma nova perspectiva de vida”, enfatiza.
O empresário Marcelo Raupp, da UNQ Importação e Exportação, que fez a ponte entre a Associação Vida Ativa e a Sociedade Recreativa Mampituba para que o projeto saísse do papel, afirma que a proposta tem tudo para dar certo. “Quando se tem boa vontade, as coisas acontecem. Agora é implantar e aproveitar a empolgação de todos para fazer deste projeto, um projeto vencedor”, destaca.
Torneio terá inclusão da categoria cadeirantes
Neste final de semana, durante a 2ª etapa do Torneio Criciúma Open de Tênis, realizado na Sociedade Recreativa Mampituba, haverá a inclusão da categoria Cadeirante, quando os paratletas que participaram da aula experimental formarão duplas com os professores da modalidade. As partidas especiais estão previstas para acontecer na manhã de domingo, 10.